Teste: Renault Captur Intense 2.0 automático
17 de fevereiro, 2017
Com preço de R$ 88.490, versão topo de linha do novo SUV nacional agrada pelo conforto, espaço e design. Mas mecânica do Duster compromete o desempenho e o consumo.
A Renault começa a vender em março o SUV que considera como o verdadeiro rival de Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta e companhia. Tabelado em R$ 88.490 na versão Intense 2.0, o Captur chega com produção local (na fábrica do Paraná), atualização no design e credenciais para quem busca um utilitário-esportivo confortável, espaçoso e bonito.
Do SUV vendido na Europa desde 2013, apenas faróis, portas dianteiras e tampa do porta-malas foram mantidos, segundo a montadora. A plataforma da quarta geração do Clio, infelizmente, foi dispensada.
Tal como o Kaptur (com K) da Rússia, o nosso utiliza a base e o conjunto mecânico do Duster – pois é, o antiquado câmbio automático de quatro marchas foi empregado. Do irmão, a novidade ainda herdou suspensão traseira, freios e cremalheira.
Impressões gerais
A Renault investiu no design e acertou. O visual combina robustez e traços finos como os belos leds de iluminação diurna em formato de C, os vincos do capô e as rodas de liga leve 17 polegadas, que lembram as do BMW i3. As lanternas de led também se destacam, assim como os apliques emborrachados nas laterais e a pintura com teto em tonalidade diferente da carroceria (ao todo, são nove combinações); um opcional de R$ 1.400.
O desenho da cabine é agradável, com peças bem encaixadas, quadro de instrumentos de fácil leitura com velocímetro digital e econômetro, maçanetas cromadas, black piano no entorno da central multimídia, do câmbio, das saídas circulares de ventilação e nos puxadores de porta, além de uma porção acolchoada nas laterais de porta.
Ainda assim, falta capricho no acabamento. Em vez de só plástico texturizado (com algumas rebarbas na região do cluster, inclusive), o SUV merecia mais algumas partes de toque macio. Há outros deslizes como as saídas de ar central, que não regulam para cima e deixam o vento escapar quando fechadas, e o trilho do banco do passageiro, que fica aparente quando se joga o assento para trás.
Para conferir mais requinte, seria bacana se os botões do volante, dos retrovisores e os espelhos dos quebrassóis tivessem iluminação (ao menos há uma luzinha no porta-luvas). Retrovisor central fotocromático? Tinha que ter, tal como regulagem de profundidade para a coluna de direção (não só a de altura, que por sinal despenca ao soltar a alavanca de ajuste). Os porta-objetos, por sua vez, são profundos, inclusive o que fica na parte superior do painel.
Com 4,32 metros de comprimento e 2,67 m de entre-eixos, o Captur entrega espaço generoso, com boa área livre para quem viaja atrás. O duto central não é todo plano, mas acomoda bem o ocupante do meio. Livre do estepe, que fica debaixo do carro, o porta-malas comporta satisfatórios 437 litros.
Impressões ao volante
Equipado com motor 2.0 flex de até 148 cv e câmbio automático de quatro velocidades, o Captur está longe de ser referência em desempenho, mas seu comportamento dinâmico é honesto no dia a dia.
As trocas de marcha são suaves, mas a nova calibração não trouxe melhorias em retomadas. Na maioria das vezes, ela não responde aos comandos do acelerador e, quando resolve trabalhar, reduz marcha e faz o motor gritar forte.
O consumo de etanol está longe de empolgar: 5,6 km/l na cidade e 9 km/l na estrada. Isso porque o Captur dispõe de função Eco e sistema de regeneração de energia, que alimenta a bateria do carro e contribui para uma suave economia de combustível na ordem de 2%. A função start-stop, recentemente adotada pelos conterrâneos Sandero e Logan, deveria ter sido adotada para a novidade.
Apesar do desempenho comedido, a impressão ao volante é boa graças à alta dose de conforto. Os bancos são aconchegantes e garantem uma viagem longa sem cansaço excessivo. As suspensões reforçam o rodar suave e não prejudicam a estabilidade.
E como é alta a posição de guiar! Em vez de tentar transmitir a sensação de hatch e sedã prometida por alguns rivais, o modelo tratou de entregar o maior ponto H da categoria. É o que a maioria dos compradores de SUV quer, né?
O campo de visão é amplo, com um senão apenas para o ponto cego ocasionado pela coluna A. O carro seria ainda mais confortável se a direção tivesse calibragem como a atual do Duster. No Captur, ela é pesada em manobras e transfere praticamente todas as imperfeições do solo ao condutor. Ao passar por um buraco numa curva, por exemplo, o volante chega a chicotear.
Mais uma crítica: no primeiro estágio de ignição, ao menos no carro testado, não dá para abrir os vidros. É preciso dar a partida. Vale destacar, contudo, o ótimo isolamento acústico da cabine. A 120 km/h, o conta-giros para nas 3 mil rpm e mal se ouve o som do vento. O silêncio só é rompido quando o câmbio impreciso "acorda".
Itens de série
Desde o 1.6 manual, de R$ 78.900, há assistência eletro-hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos com função um toque para todas as janelas, haste de comando do som na parte direita da coluna de direção, controlador e limitador de velocidade, quadro de instrumentos com velocímetro digital, controles de tração e estabilidade (sem opção de desacionar), airbags frontais e laterais, assistente de rampa, volante multifuncional, botão de partida e chave-cartão presencial (como no Fluence), retrovisores com rebatimento elétrico, isofix e cinto de segurança de três pontos e encosto de cabeça para cinco pessoas.
O 2.0 testado acrescenta apoio de braço para o motorista, faróis com regulagem de altura, sensores de chuva e crepuscular, ar automático de uma zona, multimídia com tela sensível ao toque (simples, prática e intuitiva, mas difícil de enxergar quando bate sol), câmera e sensor de ré e faróis de neblina com função “cornering”, que acende uma luz extra para o lado que o condutor gira o volante. Bancos de couro são opcionais de R$ 1.500. Não há freios a disco na traseira.
Vale a compra?
Sim, desde que o comprador não priorize desempenho e esteja preparado para gastar com combustível. Embora fique devendo alguns itens de conforto e tecnologia presentes em rivais, como sistema start-stop e saída de ventilação para o espaço traseiro, o Captur topo de linha tem preço mais em conta. O Hyundai Creta Prestige, por exemplo, custa R$ 11 mil a mais e o Honda HR-V EXL, quase R$ 13 mil extras. No design, conforto e espaço, o lançamento é exemplar.
Ficha Técnica
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando duplo, flex
Cilindrada: 1.998 cm³
Potência: 148 (E) / 143 (G) cv a 5.750 rpm
Torque: 20,9 (E) / 20,2 (G) kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: Automático de 4 marchas, tração dianteira
Direção: Eletro-hidráulica
Suspensão: Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira)
Pneus: 215/60 R17
Comprimento: 4,32 m
Largura: 1,81 m
Altura: 1,61 m
Entre-eixos: 2,67 m
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 437 litros (fabricante)
Peso: 1.352 kg
Fonte: Auto Esporte
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